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Monday, January 12, 2009

 

Bloco de Floripa 2009 - 1/4












 

Florianópolis 2009


Minha curta temporada na Ilha de Santa Catarina permitiu que eu terminasse alguns desenhos que - infelizmente - não couberam ( por falta de espaço e tempo ) no livro que fiz para Florianópiolis, no projeto Cidades Ilustradas, uma parceria da Editora Casa 21 e da Esso. A vida é assim mesmo. Mas fiquei feliz em poder realizar desenhos que estavam faltando na minha visão da ilha. Na verdade o bloco que vou postar agora tem alguns desenhos que fiz quando da viagem que fiz em Setembro de 2007 pra fazer o mencionado livro. Mas será facil perceber a diferença, pois este ano fui atacado por um desenho bem mais "pictórico", valorizando muito mais a mancha do que a linha, tudo isso graças aos meus benditos (e gastos) pincéis japoneses. Viva a Liberdade!

Wednesday, January 07, 2009

 

Lastro e Motor de Propulsão

Escrevi um texto para um evento sobre a importância de formar novos leitores,a ser realizado em Portugal neste janeiro.

Lastro e Motor de Propulsão
Por obra de meus pais os livros sempre fizeram parte da minha vida. A eles devo o aprendizado da melhor forma de estimular o amor pela literatura, através do simples exercício do exemplo. Acredito que são bastante válidas as iniciativas de fomento ao hábito da leitura que hoje abrangem um amplo conjunto de ações no ambiente escolar (encontro com autores, visitas a feiras e editoras, sessões de leitura, etc ), porém tenho minhas reservas quanto a sua plena eficácia se os estudantes não encontram em casa um exemplo por parte de seus familiares. Cheguei a esta conclusão ao observar – com alguma estranheza – país que trazem todo um discurso de valorização do livro totalmente dissociado de sua prática cotidiana, muitas vezes traduzida em casas com pouquíssimos (para não dizer nenhum) exemplares e escassa leitura. Tenho uma filha bem pequena (3 anos) e sinto que tenho o dever de proporcionar-lhe desde muito cedo as chaves para este verdadeiro tesouro que é a literatura, mas justamente por este motivo resolvi que o melhor a fazer é deixar que a mera observação do exercício apaixonado da leitura por seus pais cumpra o papel de seduzi-la, sem o terrível e inútil peso das pressões e o castigo das tarefas obrigatórias. E de fato esta forma de pensar tem surtido um efeito maravilhoso. Antes mesmo de dominar o código da escrita a pequena abraça, envolve e devora seus livros, sem contar seus passeios investigativos pelas diversas obras “adultas” que a casa possui, livros bem grandes próximos de outros exemplares muito pequenos,vários tipos de atlas ilustrados,um outro tanto de livros muito velhos e misteriosos, livros coloridos, livros sisudos. E ela ainda tem para seu deleite os livros que seu papai faz, algumas vezes sob seu olhar curioso (tenho a felicidade de trabalhar em casa).Por estas razões me sinto realizado em dar continuidade a um processo mágico que veio lá da minha própria infância quando percorria com o olhar fascinado as várias estantes da casa paterna, ocasião em que confesso adquiri também inocentes vícios como a capacidade de identificar diferentes cheiros nos livros, um aspecto bastante sensorial da abordagem literária. De olhos fechados podia (e ainda posso) identificar velhas enciclopédias, livros técnicos, coleções de aventura. Ainda hoje certas publicações tem o poder de me transportar no tempo só pelo aroma do papel ou da cola utilizada na sua confecção. E foi na biblioteca de meus pais que descobri maravilhado também que os livros eram a “casa” de ilustrações fantásticas, tão poderosas muitas vezes quanto a magia dos textos que as haviam inspirado. Numa enciclopédia chamada Trópico descobri a Guerra de Tróia, meu tema favorito aos sete anos. Também mergulhei nas selvas de Tarzan, viajei no Oriente com as aventuras de Karl May e até voei com Julio Verne.. E através do gênio de Monteiro Lobato encontrei meu próprio país. Pouco depois descobri Gustave Doré! Nunca mais o mundo seria o mesmo, nem meu desenho, que deixou de ser um exercício solitário a partir do momento em que percebi que eu fazia parte de um grande fluxo de idéias e sonhos. Desde então tenho o hábito de me referir aos autores que mais me tocaram como meus amigos, como de fato são, posto que a literatura na minha vida tem sido apoio indispensável nos momentos difíceis, quando tudo nos parece confuso e sem perspectiva. Nestas horas alguns livros são o lastro que me mantém a prumo em plena tempestade. Por outro lado, se não fosse sua poderosa força como motor de propulsão da criatividade através do exercício da imaginação sinto que minha vida seria pequena, limitada como uma pequena habitação. Como um quarto fechado e sem livros nas paredes...
Florianópolis, 26 de Dezembro de 2008.

 






 




 

Microférias


Pois é, uma vez mais estou em Floripa curtindo merecidas micro-férias. A conexão aqui é movida a pedal e por isso ficou dificil atualizar o blog. Mas olhando os arquivos do escritório da praia (sim, tenho escritório na praia, incrível mas verdade... ) achei umas imagens antigas, estudos pro filme O Arraial, animação sobre a guerra de Canudos em que atuei como diretor de arte. Como na época era uma grande besta em termos de ciências informáticas, a resolução do scanner deixa muito a desejar, mas mesmo assim as imagens me agradam e acho que vale a pena mostrá-las, ainda que meio serrilhadas.

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