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Saturday, June 27, 2009

 

MariaElena



Esses dois desenhos foram feitos na companhia de uma querida nova amiga, MariaElena. Desenhista também (só que um século mais nova do que eu), ela me ajudou não só a descobrir os encantos de La Paz como também palavras e costumes andinos. Uma hora dessas vamos fazer juntos um dicionário ilustrado unindo a planície com a montanha.

 

Fim da Viagem




Foi uma semana inesquecível, que continua nos desenhos que tenho feito aqui embaixo e nos sonhos que volta e meia me trazem imagens do altiplano. E claro, nos amigos novos que fiz por lá. Aqui vai um desenho do almoço de despedida no domingo, poucas horas antes de ir embora. E também outros "instantâneos" da vida em La Paz.
Ano que vem eu volto, se o bom alá o permitir.

 

Luta livre de "Cholitas"





No último dia do festival subimos uma vez mais para onde? El Alto...
Dessa vez para um espetáculo inesquecível, uma sessão de luta livre (ao estilo mexicano) entre Cholitas e todo tipo de vilão masculino (com destaque para o Ninja Boliviano, Fantomas, Ratoncito...). Um ginásio grande mas simples recebendo numeroso público dividido entre nativos e gringos (esses últimos pagando mais, o que é justo).
Eu até tentei usar meus traços guaraníticos associados com meu espanhol razoável porém havia um porteiro implacável que exigia a carteira de identidade Boliviana. Procurei por todo lado mas não deu jeito. Enfim era barato igual e o que importa é que assisti empioleirado numa arquibancada bamba destinada aos nativos. Uma maravilha de espetáculo, inesquecível. Tudo era faldo mas encantador, a eterna luta do bem e do mal encarnada em valentes indias que venciam no final depois de sobrer indizíveis humilhações. E tinha anoezinhos...
Nunca vou esquecer aquela tarde.

Saturday, June 20, 2009

 





 

E o festival


...seguiu lindo, com várias mostras,a passagem casual pelo estranho evento de escolha da "Miss cholita de La Paz", festas malucas que renderam até um blog, o "sorojchi nights" - homenagem a heróica capacidade dos visitantes em enfrentar o peso da altura- e principalmente o contato com uma gente muito generosa.
Pra completar no último dia -um domingo- voltamos para El Alto! Dessa vez pra assistir um espetáculo de luta livre envolvendo chollas (vestidas a rigor) e lutadores ao estilo mexicano. Com anões inclusive! Preços diferenciados para gringos (não adiantou minha cara guarani, tinha de mostrar carteira de identidade...). Uma coisa inesquecível, assisti num puleiro junto com os nativos (incluindo crianças com seus caezinhos de estimação). Dizem que vemos imagens da nossa vida no derradeiro instante de vida, tenho a impressão que -se esta graça me for dada- eu verei trechos desse espetáculo. A Bolívia é o maximo e, como diria Trotsky, uma revolução permanente...

 

escola em el alto



na quinta-feira subimos novamente de la paz para el alto. nossa missão era fazer uma palestra numa escola daquela cidade. nós era uma formação que incluia a eterna wara e seus convidados ilustres; eu, o amigo Peruano "el Chiky villanova" e mike Diana. Esse último além de representar um importante papel na cena underground gringa contemporânea, também protagonizou um episódio muito deprimente que depõe contra o mito da liberdade de expressão naquele país. Nascido nas montanhas do Estado de Washington, a reboque da família Mike na verdade se criou na Flórida, lugar onde começou a desenhar. E foi como editor do zine "Boiled Angel" que esse desenhista irreverente teve a desgraça de cair nas garras do puritanismo local. Começou sendo acusado de influenciar com seus desenhos (violentos e escatológicos é verdade, mas nada comparavel aos crimes reais de um país construido sobre um complexo industrial-militar)uma série de assassinatos cometidos por serial killers. O bizarro processo vingou numa condenação absurda na sua violencia: incluiu sursis -suspensão condicional da pena, sob supervisão oficial- de três anos, durante a qual ficou proibido de desenhar ou pintar qualquer coisa obscena (mesmo que para uso privado), mais uma multa de 3.000 dólares (que ele ainda está pagando a US$ 50 por mês) e 1.300 horas de serviço comunitário. Também foi obrigado a se submeter a uma avaliação psicológica de 1.200 dólares pagos do próprio bolso e a fazer um curso de cinco semanas de ética jornalística. Também ficou sujeito a casuais buscas policiais e foi proibido de ir a qualquer lugar junto a pessoas com menos de 18 anos. Por sorte aproveitou uma brecha legal e se refugiou em Nova York. Esse relato ouvi do próprio Mike em uma escola de periferia lá de El Alto, frequentada na sua maioria por descendentes de indigenas. Mike foi aplaudido de pé por vários minutos. Valeu a viagem...

Tuesday, June 16, 2009

 

El Alto


La Paz fica numa espécie de gigantesca cratera em pleno altiplano (um planalto a 4 mil metros), cercada por um arco de imensas montanhas. Só isso serviria pra coloca-la entre os sitios geográficos mais belos da terra. Mas tem mais coisas, tem especificidades... Na parte alta, a uns 4100 metros fica uma cidade conhecida pelo nome óbvio de "El Alto" (educativo até), ligada a capital por uma autopista que desce um 600 metros. E esse sobe desce deixa até os locais expostos aos efeitos das alturas. Que dirá de nós miseráveis visitantes oriundos das planícies (menos mal que São Paulo fica num planalto de 800 metros, uma mixaria pra eles mas fez uma diferença...). E a nossa rotina (como a dos locais) teve vários momentos de subida e descida. No primeiro dia fui dar uma entrevista numa emissora del Alto e dois dias depoisd fomos (eu, Mike Diana-convidado gringo e Chiqui, um cara bem legal do Perú, aficcionado de quadrinhos) fazer uma conversa numa escola daquela cidade.Conduzidos pela grande Wara, um dos pilares do festival (belo Pilar por sinal).

Tuesday, June 09, 2009

 

Vida Corrida






Não posso reclamar, tenho mil coisas pra fazer em pleno apocalipse planetário. Homem dotado de uma lucidez transcendente ainda por cima trouxe um bebê para participar dessa farra atômica regada a pandemias e crashes bancários. Melhor não pensar muito. Voltei pra abrir as janelas, tirar mais uma vez a poeira dos móveis e trazer mais uns desenhos da maravilhosa La Paz. Reparem nos engraxates mascarados que abrem essa nova série: uma aluna que tinha visitado a cidade em janeiro tinha me preveniodo pra não me assustar com as figuras mascaradas. Mas eu esqueci e justamente quando estava começando esse bloco (na praça em frente à igreja de São Francisco) fui abordado por um sujeito com mascara de esqui - do tipo comandante Marcos - e levei um susto. Daí lembrei do que tinham me dito: é o "uniforme" dos engraxates locais. Acabei gostando, ainda mais porque volta e meia assusta os turistas gringos. Mas se fosse em São Paulo não duravam 15 segundos...
Bom, vou criar vergonha na cara e começar a subir imagens.

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