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Thursday, May 28, 2009

 

Feira de HQ no museu


O Museu Nacional de Arte de La Paz recebeu parte das mostras do festival, demonstrando uma maturidade que infelizmente não é comum a todas instituições deste porte . Instalado num belo prédio de arquitetura colonial, no seu pátio interno abrigou uma feira que trazia produtores de quadrinhos de diferentes partes da Bolívia e também de fora do país.

Friday, May 22, 2009

 

Ruas de La Paz




Andar por La Paz é uma aventura fascinante: pessoas e veículos disputando ruas estreitas ( muito íngremes) e muito sonoras. Pra mim o destaque ficou por conta do bip biii bip interminável das colunas de Vans que monopolizam o transporte da cidade, sempre com o inconfundivel apelo dos encarregados de berrar o destino de cada linha. Eu adorei, ando farto desse nosso cotidiano cada dia mais tomado pelo universo bermudinha-tenis-familia-shopping center. Foi muito bom desenhar aquela paisagem colorida e totalmente vertiginosa, a melhor parte desse meu ofício de rabiscador.

Thursday, May 21, 2009

 


Na quuinta-feira (07 de Maio) comecei a desenhar de verdade. Nas viagens pra festivais sempre fico dividido entre o personagem que adora a festa (e fica totalmente absorto em conhecer tanto o povo local quanto os convidados, em geral sendo um dos últimos a recolher pro hotel) e o eterno desenhista que não sossega enquanto não percorre as ruas do lugar onde está (e que tem a terrível impressão de que enquanto não faz desenhos a viagem não se consuma...). Parecem incompatíveis mas são complementares, por incrível que pareça. E leva um tempo para ajustá-los. Em La Paz foi um dia. Não que na quarta não tivesse rolado nada, são esses desenhos que já postei. Mas era aquecimento, desenhos tímidos e feitos no meio das atividades em grupo. Quinta eu sai pela manhã sózinho, sem outro destino senão o de zanzar por uma cidade nova. Estava um dia perfeito, céu azul e um pouco frio. Comecei a desenhar muito e minha alma ficou bem mais tranquila, estava definitivamente tomando posse de La Paz.

 

O Museu Nacional de Arte é muito bonito e tem um belo acervo. Achei bem legais as instituições culturais que faziam parte do festival. Além desse museu lindo, a Aliança Francesa, o Espaço Simon Patiño, o Museu Tambo Quirquincho, o Museu San Francisco, a Galeria Artipaña e a Cinemateca Boliviana deixaram uma excelente impressão.

 

E temos aqui o grande Liniers desenhado durante sua palestra lá no Museu Nacional da Bolívia. Pra quem não sabe ele é uma das grandes revelações do já consagrado quadrinho Argentino. Sua série "Macanudo" vem ganhando edições por toda parte, incluindo o nosso país. Tive a sorte de fazer parte junto com o Eduardo Nasi do seu lançamento na FNAC São Paulo, no fim do ano passado. Ali vendo uma platéia tão dedicada quanto numerosa eu percebi que Liniers vai fazer muito sucesso por toda parte. Merecidamente. E ainda por cima é muito gente fina (fez um desenho lindo pro Vicente). Longa vida ao Liniers!

 

O sofá do Inca


Não sei exatamente o porquê, mas desde que vi esse velho sofá abandonado na entrada da tv de El Alto (cidade que fica junto à la Paz porém -obviamente como o nome diz, no alto...)fiquei com a idéia fixa de retratá-lo e o nome sofá do Inca apareceu imediatamente como por encanto. perfeito. Fomos convocados, eu, Liniers (grande desenhista Argentino que logo vai bombar por aqui), um amigo Peruano (o Chiky, um apaixonado por HQ) e a grande Wara (estrela), nossa fada-madrinha no festival. No começo parecia um castigo ter de acordar muito cedo pra fazer um "recorrido" pelas tvs locais, mas a medida em que topamos com a fauna local dessas programações absurdas das manhãs televisivas a coisa foi ficando hilária. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o abandono desse enorme sofá atirado no pátio da emissora, com sua estampa levemente andina.

Monday, May 18, 2009

 

La Paz





A capital Boliviana é um convite ao desenho: tudo é interessante, povo, paisagem, arquitetura e história (incluindo a contemporânea).É bem verdade que tive de enfrentar o mal estar das alturas, por isso os primeiros desenhos ainda tem um certo "tremor" na linha. Nada que uns mates de coca e pilulas de oxigênio não resolvessem.

 

Illimani


Mas antes de começar a mostrar meus desenhos de La Paz vou postar um desenho que tenta -ainda que precariamente- traduzir minha primeira visão de La Paz. Foi depois de algumas horas de vôo tranquilo (tão calmo que usei o avião como escritório e fiz uns layouts pro longa da Otto Desenhos), aproximadamente duas horas e meia de São Paulo até Santa Cruz onde ficamos duas horas pois aí rola uma escala pra trâmites aduaneiros. Depois foi uma "ponte aérea" de uma hora até a capital Boliviana. Já era noite e como toda função da viagem tinha sido uma agitação desde cedo eu acompanhava a paisagem meio adormecido. Era uma noite escura e boa parte da paisagem estava encoberta por nuvens. Passamos por uma mancha de luzes -Cochabamba- e pouco depois a tripulação anunciou o procedimento de pouso em La Paz. E ali meio sonado foi então que percebi umas manchas bem claras e fiquei admirado da brancura daquelas nuvens no meio da noite escura. Mas foi só por um segundo porque logo entendi meu engano: ali, bem perto da asa surgiu uma montanha linda, magnífica e terrivel. Foi um êxtase e um pavor, o avião passava muito perto! deu vontade de falar pro piloto prestar atenção. E ela ali, enorme, gelada e solitária presidindo a chegada em La Paz, a montanha nevada, o velho vulcão extinto, a marca de La Paz: o Illimani. Cheguei tremendo de emoção em La Paz, sem dúvida um belo começo de uma estadia inesquecível. Viva a Bolívia!

 

Viñetas con Altura


Com algum atraso ( justificadíssimo por que afinal de contas sou pai pela segunda vez de um menino – o Vicente - de três semanas) começo a postar os desenhos que fiz durante minha permanência em La Paz de 05 a 11 de Maio de 2009. Eu fui um dos convidados ilustres do evento de Histórias em Quadrinhos, Viñetas con Altura (dentro do marco das celebrações do bicentenário da Independência Boliviana, essa foi a sua sétima edição ). Organizado desde 2002 pelo coletivo homônimo (que além do festival também edita livros de HQ e realiza projetos culturais) esse ano o festival contou com os trabalhos (e a presença) de Liniers (Argentina), Ibn al Rabin (Suiça), Javier Olivares (España), Jesus Cossio (Peru), Mike Diana (Estados Unidos), David Galliquio (Peru), além da minha ilustre figura é claro. O coletivo é formado pelos artistas Joaquín Cuevas, Susana Villegas, Frank Arbelo, Avril Filomeno, Alejandro Archondo, Marco Antonio Guzmán, Marina Corro-Barrientos, Raphael Barbán e Francisco Leñero. Como nas edições anteriores o festival ocupa distintos espaços culturais da capital Boliviana durante o mês de Maio. Tendo o Museu Nacional de Arte por epicentro, abrangeu importantes centros como “El tambo Quirquincho”, o Museu de San Francisco, o Espaço Patiño, a Aliança Francesa, o Prado e a praça Abaroa: locais onde se montaram as exposições dos diferentes convidados (representando Argentina, Espanha, Brasil, Estados Unidos, Itália, Peru e Suíça, junto a mostras de artistas bolivianos).
O evento se realizou na semana de 3 a 10 maio com exposições, oficinas, debates, feiras, lançamentos de novas publicações e ciclos de cinema, mas permanecerá em cartaz até 3 de junho. Quem já foi convidado sabe como é bom La Paz e o seu festival de quadrinhos! Confesso que tinha uma inveja bárbara dos meus amigos e antecessores nas alturas: Fabio Zimbres, Samuel Casal, Daniel Bueno e João Lin.
Agora estou curado...
A melhor forma de elogiar um prato é comer. E pra mim uma viagem se mede pelos amigos conquistados, a festa que rolou e acima de tudo pelos desenhos. Minha curta temporada em La Paz rendeu um livrinho quarenta desenhos. Vou postar aos poucos.

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